SEXO E A CIDADE

Sexualizing everyday lifefrom Mann and Nabokov to Sheik al-Hilaly

Roger Scruton, o conhecido escritor e filósofo conservador, escreveu há mais de vinte anos um livro com o título: Sexual Desire, A Philosophical Investigation, (Londres, 1986). Tem 427 páginas. Ele conta que algum tempo depois da publicação, um amigo aproximou-se dele numa festa com a mão extendida. Não era para cumprimentá-lo: ‘Quero o meu dinheiro de volta,’ reclamou. ‘Comprei a tua última obra à espera de passar algumas horas agradáveis. Qual a minha decepção quando nem consegui encontrar a palavra ‘sexo’.

Quando Roger Sandall escreve sobre este assunto a sua óptica é outra. Embora se interesse pela filósofia, ele é um antropólogo e observa a sociedade contemporânea com um olhar algo profissional, embora tão conservador como o de Scruton, mas com mais humor.

Um novo artigo de Roger Sandall está agora publicado no Portolani Special onde o autor desenvolve um comentário bastante relevante sobre as declarações do Sheikh Taj al-Din al-Hilaly.

Recorda-se que este clérigo muçulmano provocou imensa indignação uns meses atrás. Não só na Australia, onde reside, mas um pouco por todo o ocidente, quando proclamou que as mulheres australianas, semi-vestidas passeavam como ‘exposed meat’.

Será que o clérigo muçulmano tinha alguma razão? Roger Sandal não tem papas na língua e diz o que muitos pensam mas não ousam falar.

P.S. Para os obcecados com padres por baixo da cama, um aviso: embora Roger almoce com cardeais e profira conferências perante membros da Opus Dei, ele é um agnóstico confesso.

12 pensamentos sobre “SEXO E A CIDADE

  1. O que é que é “semi-vestidas” para um clérigo muçulmano? Dificilmente o clérigo terá razão, respondendo à pergunta, pois por “semi-vestidas” pode perfeitamente querer dizer “T-Shirt e jeans”. A radicalidade e natureza absoluta inerente às suas declarações, não deixam margem para dúvida.

    Mas reparo, até, que colocou o post debaixo de “religião” quando na verdade apenas marginalmente o artigo se refere a isso. De tal forma sou obrigado a repetir que, dessa (sua, Patrícia Lança) perspectiva, é evidente que não. Já na perspectiva de Scruton, realmente levanta a questão a propósito das declarações dele, mas não aborda, nem de perto nem de longe, a questão da forma que você sugere. Nada do que ele diz tem realmente a ver com saber se o clérigo tem ou não razão, passa sim por muitos “será quê”, que nada têm a ver com a religião islâmica e dos seus costumes e visão do mundo.

  2. Luís Oliveira

    “It may well be that a nation may destroy itself by following the teaching of what it regards as its best men, perhaps saintly figures unquestionably guided by the most unselfish ideals. There would be little danger of this in a society whose members were still free to choose their way of practical life, because in such a society such tendencies would be self-corrective: only the groups guided by “impractical” ideals would decline, and others, less moral by current standards, would take their place. But this will happen only in a free society in which such ideals are not enforced on all. Where all are made to serve the same ideals and where dissenters are not allowed to follow different ones, the rules can be proved inexpedient only by the decline of the whole nation guided by them.”

    Friedrich Hayek – Freedom, Reason and Tradition

  3. lucklucky

    Com essa ideia idiota e perigosa não há outra coisa a chamá-la uma mulher favorecida pelos deuses estaria sempre na zona do “Será que” e um Juiz para decidir a pena do violador era pelos centimetros de perna á mostra e as medidas do corpo, mas uma feia poderia andar nua pela rua. Já agora as fotos ortodoxas e não ortodoxas dos Insurgentes “será que” deveriam ser ilegalizadas?

  4. clara

    e pôr só o link para o seu outro blog? sem palavras atrás e à frente os seus posts ficariam mais…interessantes?

  5. Luís Oliveira

    [as fotos ortodoxas e não ortodoxas dos Insurgentes “será que” deveriam ser ilegalizadas?]

    Essas gajas estão mesmo a pedi-las, está bem de ver.

    O Insurgente bateu no fundo com este post.

  6. Patricia Lanca

    Ao elaborar o texto agora comentado, esqueci-me do baixo nível cultural de muitos leitores. Parece evidente que não sabem o que é ironia e, mais uma vez, sofrem de ‘functional illiteracy’.Ou, se calhar, não se deram ao trabalho de ler o artigo de Roger Sandall (Roger Scruton é outra pessoa) antes de comentar. Ou então não sabem inglês. Nesse caso os comentários dessas pessoas serão supererogatórios e devem limitar-se a comentar textos em português. Se não correm o risco de fazerem figuras tristes, como é agora o caso.

  7. Luís Oliveira

    Ah, tem andado a gozar com o pessoal! Que alívio!

    Isso de chamar analfabetos aos leitores deste blog deve ser outra blague, com certeza!

    Sempre a reinar, a Patrícia!

  8. Saladino

    Artigo interessantíssimo sobre a decadência moral do ocidente ou de como o xeique australiano até poderia ter razão…

  9. lucklucky

    O artigo de Roger Sandall mistura incorrectamente o “elas estão a pedi-las” do Xeique.

  10. Saladino

    “What conclusion can they possibly draw from the daughters of billionaires fornicating on the web, cries for more noise in bed, shouts of “Wanna Fuck?” from movie stars, a female pole dancer engaged in public masturbation, and Australian women teachers who seduce their pupils and provide them with oral sex? Sheik al-Hilaly may be a boor and a pest. He doubtless has a wider political agenda. But I ask you: if these are not examples of white western women aggressively calling for action, what exactly are they? ” – do artigo citado

    Se isto não é “estar a pedi-las” e muito mais, então…

  11. «Ao elaborar o texto agora comentado, esqueci-me do baixo nível cultural de muitos leitores. Parece evidente que não sabem o que é ironia e, mais uma vez, sofrem de ‘functional illiteracy’.»

    Realmente, Patricia, você é genial. Ou será exactamente o contrário e esse seu comentário não transborda ele ironia, sendo precisamente o que você pensa? É que tendo em conta os posts que você tem escrito ultimamente… Tenha juízito, vá lá.

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