Um 25 de Abril animado

A Semana Política
22/04/07-28/04/07

Na cerimónia de comemoração dos 33 anos do 25 de Abril, na Assembleia da República, o Presidente da República pediu aos “jovens” que não se “resignassem”. Se os “jovens” tiverem ouvido o discurso de Maria de Belém, deverão ter ficado revoltados. Não há ninguém que oiça um discurso sobre como “era Primavera” e “cheirava a madrugada” sem um profundo sentimento de revolta. Foi também esse sentimento que transpareceu do discurso d’Os Verdes, reclamando mais uma vez que “Abril está por cumprir”. Tanto o PCP como o BE se queixaram, e bem (nunca o caro leitor esperou ver aqui no Insurgente um elogio a comunistas e bloquistas), da possibilidade do Governo português deixar cair a promessa de um referendo à “Constituição” Europeia caso a sua ratificação volte à ordem do dia. Mas a intervenção que animou este 25 de Abril foi a do deputado do PSD Paulo Rangel.

Num dia em que todos enchem a boca com a “liberdade”, Paulo Rangel teve a coragem e a lucidez de mostrar como a “liberdade” está ameaçada, como “nunca como hoje se sentiu este ambiente de condicionamento da liberdade”, como hoje vivemos uma “claustrofobia democrática”. E não apenas devido à “grande apetência do poder executivo para conhecer, seduzir e influenciar a agenda mediática”, mas também, como Rangel bem notou, devido à “conjugação de uma grave situação económica com um discurso (…) de auto-elogio maniqueísta, de optimismo compulsivo” que promovem “uma atmosfera propícia ao medo (…) do exercício da liberdade crítica, e da assunção pública da divergência”, que tem como resultado o facto de, “não apenas os media”, mas também a “sociedade portuguesa” ver a sua liberdade “condicionada”. O facto de o Primeiro-Ministro, com a arrogância que caracteriza a personagem, ter acusado Rangel e o PSD de “bota-abaixismo” (numa expressão de uma riqueza que só fica atrás da “pimenta no rabiosque” de Armando vara) apenas dá razão ao deputado do PSD.

4 pensamentos sobre “Um 25 de Abril animado

  1. Jose Sarney

    Paulo Rangel ameaça ser a boa próxima surpresa. Mas, nós portugueses, bem o merecemos, carago!

  2. Pingback: Paulo Rangel sobre a claustrofobia democrática « O Insurgente

  3. Paulo Rangel é um político com qualidades e aspirações.
    O momento presente é de excepcional gravidade.
    O desemprego a crise económica e financeira acentua-se.
    Incerteza do dia de amanhã pelo aspecto que os acontecimentos vão levando,trazem-nos as mais graves apreensões.
    Tgv para agradar e o endividamento a aumentar.
    A produção de riqueza está a ser esquecida .
    Criaram-se subsidio-dependentes.
    Dívida externa de Portugal cento e setenta e dois mil milhões de euros.
    Portugal está no 34º lugar no índice de desenvolvimento.
    O viver doméstico agrava-se e dificulta-se.
    Avaliação dos professores e o estatuto da carreira docente foi feita com base em caprichos e maqueavelismos.
    Não há oportunidades para os jovens de emprego estável.
    Insegurança.
    O investimento no gov. anterior desceu 32%.
    Não se criou riqueza.
    A A21 subiu o preço para o triplo.
    Os ordenados da maioria dos portugueses estão muito abaixo dos praticados nos países europeus.
    Será que caminhamos para o abismo de onde há poucas esperanças de voltar?
    Paulo Rangel com inteligência e competência vais chegar à presidência.

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