Zimbabué, o farol do “neo-pós-liberalismo”

A propósito do post do Rui (tendo em conta um comentário de Daniel Oliveira), gostaria de recordar um outro post que dava conta das palavras do embaixador chinês. A notícia já não está disponível no The Herald, mas repito a parte que na altura citei no Insurgente:

Chinese ambassador to Zimbabwe Mr Yuan Nansheng said (…) “I told the Vice President that the Chinese government will do its best to help the Zimbabwean Government and Zimbabwean people to overcome any difficulties,”(…) “We are sure that in the near future Zimbabwe’s economy will become better. Zimbabwe is an important country. Since independence, Zimbabwean people, President Mugabe and Zanu-PF have made great achievements.
The Chinese government applauds these achievements.” (…)

The Chinese government has strongly supported Zimbabwe over the land reform programme.(…)
Chinese ambassador to Zimbabwe Mr Yuan Nansheng said (…) “I told the Vice President that the Chinese government will do its best to help the Zimbabwean Government and Zimbabwean people to overcome any difficulties,”(…) “We are sure that in the near future Zimbabwe’s economy will become better. Zimbabwe is an important country. Since independence, Zimbabwean people, President Mugabe and Zanu-PF have made great achievements.
The Chinese government applauds these achievements.” (…)

The Chinese government has strongly supported Zimbabwe over the land reform programme.(…)
China, which has the fastest growing economy in the world, has availed a US$200 million loan facility through the Export and Import Bank of China for Zimbabwe to import about 200 000 tonnes of fertilizer.
At least 57 000 tonnes of the fertilizer and an assortment of agricultural chemicals have already been shipped to Zimbabwe.(…)
Chinese President Hu Jintao told Cde Mugabe during a meeting that the relations between Zimbabwe and China were “unshakable.”

Ora, segundo esclarecimento prestado no programa da RTP, “Debate da Nação”, pelo Prof. Fernando Rosas, esse grande ideólogo de esquerda e ex-candidato à presidência da república pelo Bloco de Esquerda, a China é hoje um regime neo-liberal onde o socialismo é passado.
Dado o apreço e regozijo manifestado pelo embaixador chinês pelos feitos e cometimentos do “Cde Mugabe”, só posso deduzir que o Zimbabué é um farol do “neo-liberalismo” tal como ele é idealizado pelo grande pensador bloquista.
Será que Daniel Oliveira concorda com a proclamação dogmática do Prof. Rosas?

Definitivamente“, de quem será “o recorde merecido do disparate política“?

6 pensamentos sobre “Zimbabué, o farol do “neo-pós-liberalismo”

  1. “Será que Daniel Oliveira concorda com a proclamação dogmática do Prof. Rosas?”

    O Miguel Madeira concorda (e até nos blogs liberais às vezes aparecem artigos a dizer que a China é mais liberal que a Suécia).

  2. “até nos blogs liberais às vezes aparecem artigos a dizer que a China é mais liberal que a Suécia”

    Miguel, confesso que não me recordo de nenhum desses casos, mas se o diz eu acredito em si.
    Não poderei, é obviamente, concordar com quem, eventualmente tenha dito isso.

    Já agora: se a ideia era dar uma noção de quão ultra-liberal é a China, podiam (nessa eventual comparação) ter feito melhor que a Suécia. 😉

  3. CN

    A China aprendeu a fazer diplomacia económica realista.

    Quanto ao capitalsimo na China, não existe dúvida que que em muitaz zonas e aspectos económicos é muito mais liberal e capitalista que a Suécia.

    Como segurança social, regulamentação do trabalho, quem sabe abertura de mepresas, etc.

    Não ser democrática não lhe retira poder ser mais “liberal”…
    A China parece estar a corresponder em parte da sua realidade ao tal Estado minimo de déspota iluminado (e como despota iluminado não pdoe consentir que o seu poder seja posto em causa, mas tirando isso…)

  4. “Quanto ao capitalsimo na China, não existe dúvida que que em muitaz zonas e aspectos económicos é muito mais liberal e capitalista que a Suécia.”

    CN,
    Só para perceber melhor o seu ponto: apesar de tudo o que se passa em termos de liberdades individuais (como a livre expressão e acesso à informação não controlada pelo estado/partido comunista, prisão de jornalistas, liberdade religiosa limitada, acesso controlado à net, sistema judicial politizado e dependente), pode-se afirmar que a China apresenta-se como um país organizado de forma liberal?
    Doutra forma: uma organização económica cada vez menos dirigida pelo estado (mas onde este está muito presente), é suficiente para usar a China numa comparação de liberalismos (coisa, de alguma forma, obtusa)?

    Partilho da ideia que a abertura económica à iniciativa privada (capitalismo, sem dúvida) pode e irá influenciar a maneira como as pessoas olham para a sua posição política, as suas aspirações e a desejos de maior relevância dada aos direitos individuais. But not quite yet there…

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